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sábado, 25 de dezembro de 2010

A realidade do imaginário.

  Então, é Natal. E quantos diriam o sentido real deste, se não fosse um mero e inteligente senhor, há muitos anos atrás, eleger este dia para nos lembrarmos de quando o criador, supostamente, veio ao mundo para nos dar a vida...
  Alguém aí chutaria a idade de Jesus?
Suponho que, ele deve estar bem de idade e cansado de todos os nossos problemas e rebeldias, que sempre deixamos sobre suas costas... 'Pelo amor de Deus', 'Ai, meu Deus!', 'Misericóridia, Jesus!', 'Jesus amado!'... 
E quantas vezes dizemos o nome dele em vão, como se fosse uma válvula de escape para todos os problemas...
  Até falaria do imenso prazer de estar vivo e do quanto me sinto honrado por herdar o dom da vida; mas, hoje farei deste Natal diferente dos passados, assim expressando minha dúvida e minha agonia por ser o que sou e ter o que tenho.
  Ultimamente, tenho criado coragem para me questionar sobre Deus e sua exitência; tenho me pegado várias vezes confuso e perdido em acreditar no imaginado e na magia dessa força que reje o mundo. 'Ele nasceu em uma estebaria, filho de uma virgem(com todo o sentido da palavra), e disse: Vinde após mim todos que estais cansado e oprimido, e eu, vos aliviarei!'
  A teologia mundial ainda não foi realmente fixada, sendo assim pregada e construída desde os tempos que Jesus desceu dos céus...
  'Jesus foi totalmente Santo. Mas... ele era casado? Ele teve filhos? Maria Madalena era mesmo uma prostituta que recebeu graça dos olhos do Salvador? Sim, eu viveria em um jardim sem pecados eternamente, onde os animais falariam a minha língua?', todas essas perguntas, eu creio, passou pela cabeça de várias pessoas que, fora da Bíblia, não obtiveram resposta.
  'Literalmente transformou a água em vinho, e fez o mar vermelho se abrir; andou sobre as águas?'
  Alguém aí me diz quantos exemplares têm a Blíblia, e em quantas línguas ela pôde ser transcrevida?
  Pois aí é onde meu coração e minha fé se dividem. Eu cresci em um evangélio pregado de várias formas, de pé e de ponta-cabeça, mas que sempre acabou no mesmo ideal: falar de Jesus.
  Eu sou prova da divina graça e das bênçãos providas e milagres recabidos, mas, mesmo assim, a história de Jesus me é vaga. São tantas histórias, tantos profétas, tantos milagres...
  E enfim, acreditar ou não, se baseia em um livro de cinquenta receitas que podem dar ou não o resultado esperado.
  O que é a fé pra você? É acreditar no impossível? É crer no que é escrito e previsto a milhares de anos? É, então, sonhar que depois da morte, ainda existe uma vida?
  São tantos códigos, tantas ideologias, que até não posso somente dar ouvidos ao que escuto nos meus dezoito anos de vida. Me tornar imune as novas idéias e transgressões, de um passado para o futuro, não resolve nada!
  

  'Me resta acreditar em ti, porque não há nada que supra a necessidade que tenho de te adorar, de estar junto de ti. Acima de toda a dúvida, a sua graça me basta!'